A AMECA Forte realiza neste domingo (19) uma roda de Capoeira Angola que marca o início oficial da Associação dos Mestres de Capoeira do Forte, criada para proteger a memória e o papel histórico do espaço como referência da cultura afro-brasileira.

Publicado em 17/10/25 às 18:04

Foto: Reprodução

Neste domingo (19), a partir das 10h, o Forte da Capoeira, no Santo Antônio Além do Carmo, irá receber a roda de abertura da Associação dos Mestres de Capoeira do Forte (AMECA Forte). A iniciativa nasce com o propósito de fortalecer os laços entre os mestres que fizeram parte da história do espaço e garantir o respeito à ancestralidade e às práticas culturais que se consolidaram ali desde a década de 1980.

Segundo o mestre e presidente da associação, Mestre Moraes, a criação da AMECA surgiu da necessidade de abrir um canal de diálogo entre a comunidade da capoeira e o poder público. “A ideia de criar essa associação foi assim para que nós possamos, através dela, ter um canal de conversa com os governos municipal, estadual e até federal”, explica.

O mestre relembra que o Forte Santo Antônio, hoje conhecido como Forte da Capoeira, tem uma trajetória marcada pela resistência. “O forte tem uma história na capoeira que é uma história que tem início na década de 80. Quando ele deixa de ser uma prisão, que ali foi até o final dos anos 70, algumas manifestações culturais se estabelecem lá dentro e dentre elas a capoeira”, conta.

Durante o evento de domingo, que contará com o apoio do Governo do Estado da Bahia, o público poderá acompanhar a apresentação dos objetivos da associação, falas de mestres e convidados e, como ponto central, uma grande roda de Capoeira Angola.

“Vamos dar a fala a alguns mestres de capoeira que estejam lá, principalmente os que já têm uma história dentro do Forte, mas não vai ficar restrito a essas pessoas. Essas conversas serão possíveis vindas de mestres de capoeira, de pessoas do Governo, seja quem for, quem quiser nos agraciar até com ideias para a associação”, explica Mestre Moraes.

O mestre destaca que a fundação da AMECA é também uma resposta a tentativas recentes de desrespeito à história do espaço e de seus protagonistas. Ele cita o principal objetivo da roda de capoeira e da associação. “O primordial é esse: fazer com que pessoas que queiram entrar no forte, ou qualquer grupo, em primeira mão, tenham que respeitar a história dos que estão lá dentro”, pontua.

Pensando na preservação quanto ao futuro, ele ressalta que “nós estamos aparecendo dentro do Forte como uma barreira para qualquer atividade que queira entrar no Forte sem respeito à ancestralidade”.

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