Anúncio foi feito pelo prefeito Nassara (MDB) após exibição de documentário sobre um dos pioneiros da cultura local

Alfredo da Luz – Arquivo pessoal família Cerqueira

Na última terça-feira (22), o município de Irará (BA) foi palco da exibição do curta-metragem documental “O Homem Que Era Luz” (2025), no Teatro Maria de Lourdes Gomes Ferro, localizado na Escola Marlene Alves. O filme, dirigido por Iago Augusto, traça a trajetória de Alfredo da Luz — um dos pioneiros do cenário cultural de Irará a partir dos anos 60, homem negro e humilde, ele criou o primeiro trio elétrico da cidade, o lendário Irajá, que tocou em cinco carnavais de Salvador entre as décadas de 1970 e 1980.

O documentário é uma extensão audiovisual do livro biográfico “Alfredo da Luz – A Alegria de Irará” (2006), escrito por Nádia Cerqueira, filha de Alfredo e mãe do diretor. Quase duas décadas após o lançamento do livro, a memória do artista ganha novas camadas por meio do cinema, unindo gerações e reforçando o legado de um dos grandes nomes da música popular da cidade.

O evento reuniu aproximadamente 100 pessoas, entre elas o prefeito Nassara, o secretário municipal de Cultura, Danilo Lumiano, familiares, amigos e jovens da cidade, muitos deles, em contato com a história de Alfredo pela primeira vez.

Prefeito Nassara (MDB) e Iago Augusto – Foto: Saulo de Tarso

Durante a cerimônia, o prefeito anunciou uma iniciativa inédita para preservar esse legado: “Quero parabenizar esse jovem e toda a equipe por esse trabalho maravilhoso. Irará, que é uma cidade tão cultural, com um potencial enorme, carece um pouco disso, das histórias serem contadas, gravadas, eternizadas… Estava conversando com Danilo esses dias e acabo de ter uma ideia. Vamos criar uma escola de música, e essa escola vai se chamar Alfredo da Luz.”

A futura Escola de Música Alfredo da Luz será dedicada à formação artística e à preservação da memória cultural da cidade, representando um marco para a valorização de talentos locais e das raízes musicais de Irará. Para Iago Augusto, neto de Alfredo e diretor da obra, a homenagem foi emocionante: “Fiquei muito orgulhoso dele ter anunciado isso depois que eu apresentei o documentário. O evento foi incrível. Não esperava tamanha proporção. Fiquei mais orgulhoso ainda de ser neto de meu avô, a quem conheci melhor produzindo esse material com profissionalismo e respeito à sua história. Agradeço a todos que compareceram.”

O Homem Que Era Luz (2025) conta com roteiro adaptado, jornalismo e produção de I’sis Almeida e fotografia de Saulo de Tarso.

Diretor do documentário, Iago Augusto – Foto: Saulo de Tarso

Sobre o diretor

Iago Augusto é cineasta baiano, especializado em produção audiovisual multimídia, com experiência em projetos que vão de videoclipes à direção de documentários e coberturas jornalísticas. Já colaborou com veículos de mídia independente como Alma Preta Jornalismo, Soteropreta e Lista Preta. Atualmente, coordena a área audiovisual do Portal Black Mídia e é fundador e diretor criativo da NZILA Produtora.

Sobre o Irará

Localizada no interior da Bahia, Irará é uma cidade rica em história e cultura. Seu nome deriva da palavra indígena “Arará”, que significa “nascido da luz do dia” ou “do sol”, refletindo a herança dos povos originários, como os paiaiás, que habitavam a região. A cidade é conhecida por sua forte tradição musical e cultural, sendo berço de artistas como o cantor e compositor Tom Zé e o ex-goleiro da Seleção Brasileira, Dida. Irará também abriga importantes construções históricas, como o Sobrado dos Nogueiras, sede da Casa da Cultura, e celebrações populares como a Alvorada da Charanga, que mantém viva a musicalidade local.

Sobre o projeto

O projeto foi contemplado pelos editais da Lei Paulo Gustavo Irará (BA) e conta com apoio financeiro da Prefeitura Municipal de Irará, por meio da Secretaria de Cultura, Esporte e Lazer (Secel), com recursos direcionados pelo Ministério da Cultura, Governo Federal. A Lei Paulo Gustavo Bahia (PGBA) foi criada para viabilizar ações emergenciais de apoio ao setor cultural, em cumprimento à Lei Complementar nº 195, de 8 de julho de 2022.

Direção, Câmera e Edição: Iago Augusto

Produção: Nzila Produtora

Jornalismo, Roteiro Adaptado: I’sis Almeida

Câmera, Fotografia e Design: Saulo de Tarso